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A HISTORIA DA ACADEMIA E DO ESPORTE EM PASSO FUNDO

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A Mata Ciliar

A mata ciliar é uma das formações vegetais mais importantes para a preservação da vida e da natureza. O próprio nome já indica isso: assim como os cílios protegem nossos olhos, a mata ciliar serve de proteção aos rios e córregos. Simplificadamente, podemos dizer que a mata ciliar é a formação vegetal que cresce às margens dos cursos d'água. 

No entanto, a mata ciliar é mais que isso. Ela forma uma comunidade de plantas, animais e outros organismos vivos que interage com outros componentes não vivos, como os rios. Essa interação é benéfica a todos. Ou seja, a mata ciliar é parte fundamental de um ecossistema.
A formação da mata ciliar é favorecida pelas excelentes condições dos terrenos próximos dos rios. Os rios fornecem a água e os nutrientes, que são levados através deles, se depositam em suas margens e ajudam as plantas a crescer. 


Nas margens dos rios mais fundos, é mais comum observarmos árvores. Os rios mais rasos formam várzeas, áreas planas que alagam com freqüência. Essas várzeas não têm o solo firme, sendo mais comum encontrar nelas arbustos e vegetação rasteira. No entanto, a mata ciliar se espalha por uma área maior nos rios mais rasos. Mais importante que os rios para a sobrevivência dessa vegetação, é a mata ciliar para a conservação dos rios e dos animais. A mata ciliar funciona como um obstáculo contra o assoreamento dos rios, ou seja, segura a terra das margens para que ela não caia dentro deles. Essa terra poderia matar as espécies que vivem no fundo dos cursos d'água ou torná-los barrentos, dificultando a entrada da luz solar, necessária para alguns organismos que vivem nos rios e que servem de alimento aos peixes. 


Quando chove, a mata ciliar também impede que uma quantidade muito grande de água caia de uma vez só no rio, e assim evita as enchentes. A água das chuvas também pode trazer diversas substâncias estranhas, como excesso de adubos e outros produtos químicos aplicados nas áreas de cultivo. A vegetação também retém uma parte destas substâncias, evitando a contaminação dos rios que protege. 


A mata que se forma às margens dos rios também serve de abrigo aos animais, que podem se reproduzir ali e também se alimentar dessas plantas. Esses animais também podem utilizar a mata ciliar como um corredor entre florestas distantes entre si, sem precisar cruzar campos cultivados e, com isso, arriscar a vida. Os peixes também acabam se servindo das árvores, que fornecem alimento e criam na região do rio um clima onde são menores as variações de temperatura. 


Apesar de tão necessária, a mata ciliar vem desaparecendo muito rapidamente. A ocupação das várzeas por plantações e pastagens, o despejo de enormes quantidades de lixo e esgotos nos rios, a falta de planos para a utilização racional e adequada das florestas, além de agravarem o problema das enchentes, reduzem a produtividade agrícola e provocam o acúmulo de material nas barragens e nos fundos dos rios. Algumas cidades que captam de pequenos rios a água consumida pela população já percebem a diminuição do volume de água desses cursos d'água, como Bauru, Descalvado e Rio Claro, entre outras. O custo para o tratamento da água para o abastecimento das cidades também se torna mais elevado, já que ela se encontra mais poluída. 


Outras regiões percebem uma redução no número de peixes de seus rios, devido ao assoreamento. Com a diminuição da profundidade dos rios, os peixes passam a ter dificuldades de encontrar alimento, visto que é principalmente no fundo dos rios onde vivem os organismos que os peixes consomem. O assoreamento também provoca a morte de bactérias e algas que necessitam de oxigênio e faz proliferar outros organismos que liberam substâncias tóxicas na água. 


O acúmulo de sedimentos no fundo também torna complicada a navegação, já que os barcos necessitam de uma profundidade mínima para não encalhar. No trecho navegável do rio Paraguai, na região do Pantanal mato-grossense, cuja calha não é muito profunda, a situação começa a se tornar crítica. 


Durante muito tempo, aceitou-se as conseqüências da destruição das matas ciliares, porque se acreditava que esses prejuízos eram menores que os benefícios trazidos pelo progresso. Só quando percebeu os enormes prejuízos econômicos causados por essa destruição, a sociedade passou a prestar mais atenção e até a exigir maiores cuidados com a natureza.



Hoje, o Código Florestal, uma lei federal, exige a preservação da mata ciliar. Nos locais onde ela já não existe mais, é necessário o replantio da vegetação original ou de outra espécie adequada àquele ambiente. Ao contrário do que pensam muitos proprietários de terras, a recomposição da mata ciliar não é perda de dinheiro. Pelo contrário, é um investimento para a preservação do curso d'água que passa por suas terras. 
 
Muitas instituições, associações e secretarias de meio ambiente auxiliam pequenos proprietários rurais a manter a mata ciliar, ensinando a utilização racional dos recursos da floresta. Entre outras atividades, elas mostram que é possível criar abelhas e extrair plantas medicinais. As associações também oferecem mudas de árvores para o replantio. 
 
Espera-se que, sendo lucrativa a manutenção da mata ciliar, os proprietários de terras não a destruam. No entanto, precisamos é de consciência ecológica, livre da ganância por dinheiro e lucros. Dessa consciência depende a sobrevivência do planeta.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

XINTOÍSMO - DEUS É A NATUREZA


Traços Gerais
Enquanto que as restantes grandes religiões adquiriram um estatuto de internacional, muito embora tenham surgido como um conjunto de crenças religiosas locais e específicas a uma comunidade, o Xintoísmo é aquela que ainda hoje podemos referir como sendo particular ao Japão e, por inerência, aos japoneses.


Origem
Como foi já referido, o Japão foi nos seus primórdios um arquipélago constituído por uma série de reinos feudais, cada qual posse de um Shogun, ou chefe/príncipe feudal, que estabelecia o seu território como independente dos outros. Neste território ela colectava os impostos, comandava o exército e decidia sobre a governação da sua população.
 Era frequente reinos vizinhos combaterem ao longo de extensos períodos de tempo, mas também existiam comunidades mais isoladas dos grandes centros populacionais a quem era reconhecida uma considerável paz social. Quer por posicionamento geográfico, quer por relativa insignificância que os maiores feudos demonstravam por eles, estes territórios viviam relativamente isolados de contacto exterior, sendo sociedades maioritariamente tribais.



Desta forma, era frequente as comunidades locais desenvolverem as suas próprias crenças do divino, construindo crenças religiosas particulares e exclusivas, e que por vezes mostravam até princípios filosóficos inerentes a religiões exteriores que conseguiam alguma aceitação por comunidades japonesas por via de emigrantes ou comerciantes. Mas, uma vez estabelecido o Império do Japão, sob uma única bandeira e governo de um Imperador, e devido à constante permuta de crenças entre povos vizinhos, foi também criada uma única religião que pudesse abranger, até certa medida, muitos dos ensinamentos que se encontravam anteriormente dispersos pelas comunidades locais. Desta forma, o Xintoísmo surge como uma doutrina que se fundamenta centralmente num politeísmo e na veneração de princípios naturais, como o sejam o Sol, a Terra, etc.

Ensinamentos
Devido à sua simplicidade formal, não implica um intricado sistema de crenças como é comum às restantes grandes religiões, sendo de fácil entendimento e absorção. Como tal, não advoga nenhum conjunto específico de condutas morais e sociais, nem defende um conjunto de valores morais necessários à realização espiritual dos seus crentes, mas antes indica alguns princípios que seguem ser comuns a todos os membros da sociedade, independentemente de partilharem essas crenças nas divindades ou princípios cósmicos ou não. Assim, o Xintoísmo caracteriza-se por um conjunto de "indicações" morais genéricas, como o respeito aos idosos, à práctica da moderação dos impulsos do coração, honra pelo indivíduo e respeito pelo próximo.

XINTOISMO 2
No Japão, a antiga religião nacional é o xintoísmo. A partir de 500 d.C., o xintoísmo enfrentou dura competição com o Budismo, e as duas religiões acabaram por influenciar uma à outra. Não é raro, no Japão, o uso alternado de várias religiões. Uma criança pode ser abençoada pelos deuses num ritual xintoísta e ser enterrada num ritual budista. O casamento pode se realizar numa igreja cristã. Essa mistura de religiões, encontrou expressão modernamente numa série de novas seitas, cultos e comunidades religiosas, o que levou o Japão moderno a ser chamado de Laboratório Religioso.
Diferentemente do Cristianismo e do Islã, o Xintoísmo não tem um fundador. É tipicamente uma religião nacional, que ao longo dos séculos adotou tradições de várias outras religiosidades. Ela não conta com nenhum credo ou código de ética expressamente formulado. A essência do xintoísmo são a cerimônia e o ritual, que mantêm contato Dom o divino.

Costuma-se dizer que o xintoísmo possui diversos milhões de deuses ou kamis, que se manifestam sob a forma de árvores, montanhas, rios animais e seres humanos. Só que a palavra kami também pode ser traduzida como espírito. O culto aos espíritos naturais e ancestrais sempre foi fundamental para o xintoísmo, desde os dias em que o Japão ainda era uma sociedade agrária. O culto aos antepassados se difundiu particularmente sob a influência do Confucionismo Chinês.

No princípio, segundo a mitologia japonesa, um casal divino, Izanagui e Izanami, desceu do céu e gerou as filhas japonesas, depois o resto do mundo e tudo que há nele, e por último uma série de deuses, os kamis. Destes, o mais importante era a deusa do sol, Amaterasu. Os outros kamis, se estabeleceram na terra e conceberam os primeiros seres humanos. Mas a sociedade humana precisava de ordem e comando, e por isso o neto de Amaterasu foi enviado à terra. Um de seus descendentes se tornou o primeiro imperador do Japão. Assim, todos os japoneses têm origem divina, mas em especial o imperador, que é descendente da própria deusa do sol.
Aos poucos foi ocorrendo uma mudança: em vez de adorar os kamis do falecido imperador, passou-se a adorar o próprio imperador. Ele era uma kami vivo.

A origem do culto ao imperador se explica , em parte, pelas condições políticas do século passado. O Japão estava ameaçado pelo expansionismo ocidental e sentiu a necessidade de reforçar no povo o caráter nacionalista. As mesmo tempo, a autoridade do imperador tinha sido solapada por líderes militares, os xoguns, que detinham o poder.
Em 1867, um golpe de Estado, deu ao imperador Meiji, o controle do país; ele iniciou então uma renovação política e religiosa. O xintoísmo, se tornou a religião estatal, ao passo que templos budistas foram derrubados e vários elementos budistas foram expurgados da cultura xintoísta.
A religião ficou então totalmente vinculada ao nacionalismo. Um exemplo: o xintoísmo era a ideologia dos pilotos suicidas japoneses (Kamikaze quer dizer vento divino). Cada soldado que morria nas guerras era imediatamente transformado num kami, e em sua honra se realizavam cerimônias nos templos xintoístas.
O culto é observado tanto no lar como nos templos, dos quais há cerca de 20 mil; Antes administrados pelo governo imperial, os templos são hoje organizados em associações, com líderes eleitos pelo voto.
O Templo xintoísta não é um local de pregações. É a morada de um kami, o lugar onde este é cultuado segundo certos rituais prescritos.
Originalmente, as cerimônias eram realizadas pelo chefe da família ou do clã; num nível mais alto da escala social, por um príncipe ou pelo próprio imperador. Esse sacerdócio hereditário foi abolido quando o imperador elevou o xintoísmo condição de religião estatal e transformou os sacerdotes, em funcionários públicos.
Hoje, os sacerdotes em tempo integral ou parcial são nomeados pela organização dos templos. A maioria deles é casada e tem também um emprego secular. Após a guerra, as mulheres passaram a ser elegíveis para o sacerdócio.

Kami ( em japonês) tem três significados:
1.     Significado do ideograma nas palavras 'seishin' (精神 - mente, espírito) ou 'shinsen' ( - eremita chinês com poderes sobrenaturais). Este significado veio da língua chinesa.
2.     Kami do xintoísmo, ser com poderes que um ser humano comum não tem como: espíritos da natureza, protetores ancestrais, divindades relacionadas à prática religiosa do Xintoísmo.
3.     Deus ou deuses. No século XVI, com a introdução do catolicismo no Japão, Deus era traduzido para japonês como deusu (デウス), para distinguir o termo de Kami e de buda. Porém, a partir da Era Meiji o uso da palavra deusu foi trocado por Kami.
Kami no xintoísmo
 Significado de Kami
O Xintoísmo é um politeísmo. Ou seja, reconhece muitas divindades. O termo usado para as referir é “Kami”. Note-se, todavia, que esta palavra não corresponde exactamente ao que nas religiões monoteístas se entende por “deus”. Para essas religiões, “deus” tem um sentido de transcendência e superioridade, habitante de um mundo superior. Também há desses deuses no Xintoísmo, mas o conceito não é suficiente. Kami designa toda a sorte de espíritos invisíveis e poderosos. O termo liga-se etimologicamente ao sentido de “supremo, elevado, superior” e é preferível a qualquer tradução. Nas escrituras antigas, aparecem outros nomes para designar o divino, mas todos caíram em desuso.
No princípio, Kami designava tudo aquilo que era fora do vulgar, tanto divino como demoníaco. Tal carácter foi-se perdendo até, mais tarde passar a designar propriamente o sagrado. Parece haver algum sentido em relacionar os Kami venerados em cada aldeia com objectos que tinham um papel preponderante e que foram sendo progressivamente deificados, até se lhes reconhecer carácter sagrado. Hoje em dia, são inúmeros os Kami. As escrituras falam de 800 miríades (8 milhões), mas tal número não tem correspondência com a realidade das divindades veneradas. Seja como for, há um grande número de Kami, desde os nacionais até aos patronos das aldeias, que muitas vezes nem sequer têm nome: são simplesmente a divindade local.
Tipos de Kami
·           os Kami ligados a forças incompreensíveis da natureza. Qualquer fenómeno detentor de força superior e extraordinária, ou de carácter misterioso, veio a ser venerado como divino. Assim, temos Kami relacionados com astros (Sol, Lua, estrelas), com fenómenos meteorológicos (chuva, tempestade, relâmpago), com actividades humanas (alimento, colheitas, arroz). Estes Kami são geralmente hierofanias despersonalizadas, ainda que alguns apresentem rasgos incipientes de personalidade. A este grupo pertence o Kami considerado mais eminente pelos japoneses: a deusa do Sol, Amaterasu O-miKami, venerada no santuário nacional de Ise, o maior do Japão. Estas divindades dignam-se descer a objectos rituais de forma temporária ou permanente, a instâncias dos fiéis;
·           Kami relacionados com a fecundidade e o crescimento, com poder criativo e vigoroso, invocados pelos fiéis como defensores da vida, em situações de perigo;
·           são também venerados como Kami, e este é um aspecto interessante e peculiar do Xintoísmo, alguns seres humanos. Heróis, pessoas que se destacaram aos mais diversos níveis, podem ser considerados divinos e venerados, tendo imensos templos por todo o Japão. A estes há que acrescentar os imperadores, durante muito tempo considerados Kami vivos, por descenderem directamente da deusa do Sol. Certos antepassados e fundadores de comunidades foram também divinizados.Há que distinguir, no entanto, divindades de espíritos dos mortos: destes, só alguns podem ser considerados Kami.
Há elementos naturais concretos, tais como árvores, rios, nascentes, cascatas, que suscitam a adoração dos fiéis. Nesse caso, porém, não são considerados divindades em si, mas antes sua morada. O Kami manifesta-se naquele elemento concreto, e por isso é que ele é digno de veneração. Neste conjunto, merece especial destaque o culto das montanhas. Frequentes no Japão, elas têm particular importância por serem a origem das nascentes, pois a água dos rios é essencial à agricultura. Foram por isso consideradas morada de Kami importantes, e como tal veneradas.
Apesar desta diversidade, os Kami têm entre si vários aspectos em comum:
·           são divindades geralmente vagas, sem personalidade, e incorpóreas, o que lhes permite habitar em vários locais ao mesmo tempo;
·           dada a sua grande multiplicidade, nunca são considerados omnipotentes, omniscientes ou absolutos. O Xintoísmo, por isso, reconhece a possibilidade de existência de outras divindades;
·           no entanto, os Kami são superiores ao homem e têm conhecimento das coisas passadas, presentes e futuras. Exercem domínio sobre a natureza, que podem aplicar em favor do homem. Por isso, o crente dirige-lhes preces, para que se voltem a seu favor.
·           têm repugnância por tudo quanto é impuro, pelo que só admitem quem está livre da impureza, lançando castigos sobre quem as provoca.
Lista de Kamis
·           Abbuto, invocado para a cura de doenças;
·           Maakyury, Deusa da sabedoria e da água;
·           Venasu, Deusa do amor;
·           Tsuki, Deusa do amor e da justiça;
·           Maasu, Deusa do fogo;
·           Jupita, Deusa do trovão;
·           Saturn, Deusa do silêncio;
·           Uranusu, Deusa do tremor de terra;
·           Neptune, Deusa das águas profundas;
·           Pluto, Deusa do tempo;

Bibliografia:
O LIVRO DAS RELIGIÕES
Victor Hellern, Henry Notaker e Jostein Gaarder