águas coletadas na Estação Climatológica, no campo experimental da Embrapa
Trigo (28°15'S, 52°24'W e 684 m de altitude), em Passo Fundo, RS, no período de 1992 a 2007.
O clima da região é subtropical úmido, tipo Cfa, conforme classificação de Köppen (Moreno, 1961). A temperatura média das mínimas do mês mais frio é 8,9°C, e a temperatura média das máximas
do mês mais quente é 28,3°C. A precipitação média anual é 1.787 mm (Embrapa Trigo, 2008). A precipitação mensal, de 1992 a 2007, está apresentada na Figura 1.
As medições foram realizadas nos três horários padrão de leitura das variáveis meteorológicas (12 UTC,
18 UTC e 24 UTC, ou seja, 9h, 15h e 21h, pelo horário (oficial brasileiro).
Os dados de precipitação foram obtidos diretamente em leituras no pluviômetro Ville de Paris (com 400 cm2 de área de captação, instalado a 1,5 m acima do solo) da Estação Climatológica. Para o monitoramento do
pH, foi utilizado coletor de PVC com diâmetro de 10 cm, acoplado ao pluviômetro. A cada chuva, uma alíquota de até 50 mL de água foi colhida e imediatamente congelada, para posterior determinação do pH.
Monitoramento climático regional
Na área de mercados agrícolas, o comportamento do preço de commodities é bastante influenciado pelas expectativas de safras e pelos estoques mundiais.
194. O acompanhamento das condições climáticas ocorridas durante a estação de crescimento nas diversas regiões do mundo, pelos possíveis reflexos sobre o rendimento final
das culturas, resulta em informações indispensáveis às tomadas de decisões em operações de mercado, em formulação de políticas de abastecimento, em segurança alimentar, em incentivo
à produção etc. Informações dessa natureza podem ser encontradas nos boletins "Weekly Weather and Crop Bulletin", em nível mundial, e "Climanálise", para o Brasil, editados pelo U.S. Department of Agriculture e pelo CPTEC-INPE, respectivamente.
Monitoramento microclimático
A medição de variáveis meteorológicas em nível de microescala aplica-se ao manejo de irrigação, à regulagem do conforto térmico em instalações zootécnicas e ao controle de doenças de plantas com base em modelos epidemiológicos, entre outros usos. Nessa área, já existe uma série de produtos
operacionais, além de outros tantos em fase de pesquisa.
Posição geográfica
O estado do Rio Grande do Sul situa-se no extremo
meridional do país, entre as latitudes de 27º e 34º Sul (S) e as
longitudes de 50º e 57º Oeste (W).
Gênese do clima regional
Fenômenos relacionados com a dinâmica da atmosfera
(frentes meteorológicas) e fatores geográficos, como a
orografia, a continentalidade e a maritimidade, são os determinantes
das principais características climáticas do extremo sul
do Brasil.
As massas de ar que influem na gênese do clima do
sul do Brasil são as seguintes:
Massa Tropical Marítima (Tm): com origem no anticiclone
do Atlântico (30ºS), caracteriza-se como quente e úmida e
atua durante todo o ano no território rio-grandense.
Massa Polar Marítima (Pm): com origem em latitudes
subpolares, caracteriza-se como fria e úmida e atua no Rio
Grande do Sul durante todo o ano, porém de forma mais
ativa no inverno.
Massa Tropical Continental (Tc): originária da região do
Chaco, penetra no Rio Grande do Sul pelo oeste, caracterizando-
se como quente e seca e de atividade mais intensa
no verão.
Massa Equatorial Continental (Ec): massa quente e úmida,
penetra no Estado pelo noroeste, especialmente no verão,
tendo como origem a planície amazônica.
Entre os aspectos estáticos, a orografia influi particularmente
no regime de chuvas, e a continentalidade e a
maritimidade, no regime térmico.
Resumo das características climáticas do estado
As principais características climáticas do estado do
Rio Grande do Sul podem ser sintetizadas conforme segue:
Estações do ano: bem caracterizadas, com verão quente,
inverno frio e outono mais frio do que a primavera.
Temperatura média: em nível anual, varia de 14,0 ºC a
20,0 ºC, com o mês mais quente (janeiro) entre 18,0 ºC e
184
26,5 ºC e o mês mais frio (julho) entre 9,5 ºC a 15,8 ºC.
Temperaturas extremas: máximas absolutas superiores a
33,0 ºC e inferiores a 43,0 ºC; as mínimas absolutas já
atingiram 8,5 ºC abaixo de zero.
Geada: varia anualmente entre 03 dias (Torres) e 30 dias
(Vacaria).
Chuva anual: totais anuais médios superiores a 1.100 mm e
inferiores a 2.500 mm, com variação entre 79 e 140 dias
com chuva. Chove mais na metade norte do estado, em
relação à parte sul.
Umidade relativa do ar: entre 75 % e 85 %.
Ventos predominantes: sudeste (SE), como primeira direção,
e nordeste (NE), como segunda direção.
Radiação solar global anual: varia entre 300 cal/cm2.dia e
400 cal/cm2.dia.
Duração do brilho solar: varia de 2.200 a 2.500 horas de
sol por ano.
Evapotranspiração potencial anual: varia entre 700 mm e
1.200 mm.
Regiões mais quentes: Baixo Vale do Uruguai, Depressão
Central e Missões.
Regiões mais frias: Serra do Nordeste, Planalto e Serra do
Sudeste.
Em diversos segmentos da atividade humana, as
condições meteorológicas exercem influência
preponderante sobre o sucesso ou o fracasso dos
empreendimentos.
Nesse particular, a precipitação pluvial (chuvas) destaca-
se como uma das variáveis meteorológicas mais importantes.
Principalmente, pelos efeitos de excesso (cheias) ou de
escassez (secas), no gerenciamento de recursos
hídricos, na necessidade de obras urbanas de saneamento
básico, e nas atividades de defesa civil, por ocasião de catástrofe
meteorológicas.
O Rio Grande do Sul apresenta boa distribuição de
chuvas no tempo e no espaço. A precipitação normal anual
média em todo o estado é da ordem de 1.540 mm. Chove
mais na metade do norte do estado (acima da latitude de
30 ºS), com totais anuais superiores a 1.500 mm, do que na
metade sul (abaixo de 30 ºS), com totais anuais inferiores a
1.500 mm. Passo Fundo, no norte do RS, apresenta, como
normal anual de chuvas, o total de 1.788 mm.
Os mecanismos responsáveis pelas chuvas estão
diretamente relacionados com os movimentos ascendentes de
ar, que, por sua vez, estão associados a pressões atmosféricas
baixas à superfície. Estas são causadas pelo aquecimento
do ar em contato com a superfície, por sistemas atmosféricos
dinâmicos ou por efeitos do relevo.
CLIMA DE PASSO FUNDO:
CARACTERÍSTICAS DO VENTO
I
nformações sobre o regime de ventos são
imprescindíveis para orientar quebra-ventos, subsidiar
projetos de aproveitamento de energia eólica, localizar
construções, definir locais apropriados para parques
industriais, para aeroportos etc., entre outras finalidades.
A seguir, são apresentadas as principais características
do regime de ventos em Passo Fundo, RS, determinadas
com base em observações realizadas na estação
meteorológica da Embrapa Trigo, no período 1977-1994,
tendo como referência a altura de 10 m, adotada, em todo o
Brasil, pelo Instituto Nacional de Meteorologia.
Velocidade média (m/s) e direção predominante
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Veloc. 4,1 3,9 3,8 4,0 3,9 4,2 4,7 4,4 4,7 4,5 4,3 4,2
Direção NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE
NE = Nordeste.
Velocidade máxima (m/s) e direção da velocidade máxima
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Veloc. 28,0 27,2 26,5 31,0 34,1 28,7 40,0 24,8 41,3 38,8 39,0 27,2
Direção N NW NW N S N NW W N S SW W
N = Norte, NW = Noroeste, S = Sul, W = Oeste e SW = Sudoeste.
Regime de ventos
Velocidade média (m/s) 4,2
Direção predominante NE
Velocidade máxima ocorrida (m/s) 41,3
Direção da velocidade máxima ocorrida N
NE = Nordeste e N = Norte.
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