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A HISTORIA DA ACADEMIA E DO ESPORTE EM PASSO FUNDO

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DOENÇAS EM TRABALHADORES DE ESCRITÓRIOS E ÔNIBUS

LESÃO DE ESFORÇO REPETITIVO  E DOENÇAS OSTEOARTICULARES RELACIONADAS AO TRABALHO - (LER) - (DORT).



Consideramos como fatores de risco, fenômenos ou alterações físicas ou eventos psicossociais que podem contribuir para o desenvolvimento de D.O.R.T.. Existem 4 grupos de fatores de risco:

  • Fatores pessoais físicos
  • Fatores pessoais emocionais
  • Fatores ambientais físicos
  • Fatores ambientais emocionais

Fatores pessoais físicos:

São aqueles que a pessoa carrega consigo, seja em função de sua herança genética, seja devido aos seus hábitos de vida ou ainda, em função de doenças pré-existentes.

Herança


Assim como herdamos a nossa raça, a cor dos olhos e dos cabelos, herdamos também algumas características pessoais físicas que podem contribuir para produzir dor. Dentre os vários fatores possíveis, merece citação a Laxidão ligamentar

Laxidão ligamentar

Laxidão ligamentar é um "estado articular" no qual, devido à elasticidade dos ligamentos, as articulações ficam muito "flexíveis" (algumas pessoas encostam o polegar no antebraço e os cotovelos formam um ângulo para traz, quando estendem o braço, para espreguiçar, por exemplo). A laxidão ligamentar não é uma doença, mas predispõe ao aparecimento de dores articulares múltiplas e requer que a pessoa assuma um estilo de vida ativo e se mantenha em boa forma física, para não ter dor.

Um outro fator de risco físico para o aparecimento de L.E.R. é o Sedentarismo

Sedentarismo

A falta de atividade física habitual, conduz ao sedentarismo, termo utilizado para indicar que a pessoa tem um estilo de vida em que passa a maior parte do tempo sentada ou inativa. Junto com o tabagismo, os hábitos sedentários são grandes responsáveis por doenças como a pressão alta, o diabetes, as doenças pulmonares crônicas e a falta de ânimo para o trabalho.

Isso acontece porque nós precisamos de atividades físicas que estimulem o coração, os pulmões e o músculos dos nosso corpo. Apesar de nos cansar muito, o trabalho no escritório, na loja, não produz estímulos suficientes para que os nossos órgãos funcionem adequadamente. Sem atividades físicas suficientes nos tornamos menos resistentes às doenças em geral, mais propensos ao cansaço e às dores nos músculos.

As pessoas podem ser classificadas em quatro tipos: sedentários, pouco ativos, ativos e muito ativos.

É importante que as pessoas se situem pelo menos na faixa "ativo" para diminuir a possibilidade de doenças, entre elas, as L.E.R.

Para se tornar ativo, basta seguir o que recomenda-se atividade física moderada durante 30 minutos diários, na maioria dos dias da semana. 

Veja algumas atividades físicas moderadas, recomendadas, que podem ser feitas sem atrapalhar a programação de trabalho:
  • Andar numa velocidade que faça suar e respirar um pouco mais depressa, mas sem dificuldades.
  • Hidroginástica: 30 minutos
  • Nadar: 20 minutos
  • Subir escadas: 15 minutos

Lesões preexistentes e doenças gerais

Lesões pré-existentes

Pessoas que sofreram fraturas ou torções sérias, que necessitaram tratamento ortopédico com imobilizações prolongadas e mesmo com cirurgias, têm maior predisposição para sentir dores nas articulações que sofreram com o trauma. Por exemplo, pessoas que sofreram fraturas no punho, já adultos, podem apresentar dores na região, após períodos variados de trabalho.

O mesmo pode ocorrer com quem tem "deslocamentos" (luxação) dos ombros.

Se você tem uma lesão preexistente e trabalha em atividade que o obriga a realizar movimentos repetitivos, consulte um médico para determinar se tal lesão está colocando você em risco e organize seu trabalho se forma a se proteger das tendinites por sobrecarga.

Doenças gerais

Doenças gerais são reumatismos, osteoporose, doenças hormonais.

O sintoma que caracteriza as L.E.R., na maioria das vezes, é a dor. Menos freqüentemente, é possível identificar, durante o exame médico, uma inflamação num dos tendões que controlam uma articulação como o ombro ou o cotovelo.

Tal situação pode estar associada ao tipo de trabalho que a pessoa exerce. No entanto, é preciso não esquecer que esses mesmos sinais podem aparecer em quem sofre com algum tipo de reumatismo ou com problemas hormonais, como os que afetam as glândulas tireoides  por exemplo. A osteoporose também pode ocorrer por distúrbios das glândulas ou pela idade, principalmente em mulheres.

Se você se enquadra em um desses casos, consulte um médico para avaliação de seu estado de saúde e faça a adequação do seu trabalho, às suas condições atuais.
Fatores pessoais emocionais:

Existe um grande número de fatores pessoais emocionais, que interferem na produção de dor musculoesquelética e L.E.R. Vamos examinar agora, somente duas dentre as situações mais comuns, nas quais as pessoas desenvolvem dores múltiplas:

Mania de trabalho ("workaholismo")

Com muita freqüência encontramos pessoas que, num primeiro momento, antes de começarem a sentir dor, ( esse período pode durar anos) apresentam um comportamento típico, que chamaremos aqui de "mania de trabalho", no qual passam a trabalhar exageradamente, tendem a ficar no setor depois da hora, realizar o trabalho dos outros e a fazer tudo muito rápido. Tais pessoas tendem a ter expectativas irrealistas acerca do papel que desempenham na empresa e a esperar que, devido ao seu comportamento, "mereçam mais " do que os colegas. 


Não é incomum encontrar essas pessoas acreditando que esse comportamento é garantia para a promoção e mecanismo de acumulação obrigatória de crédito, a ser pago pela empresa na forma de recompensa financeira, reconhecimento social ou ambos.

Quando o reconhecimento não vem e o aumento vai para o colega que, apesar de trabalhar menos, produziu aquilo que se esperava dele, sem assumir atitudes de credor, sobrevêm a segunda fase, a do desânimo, da depressão, da revolta contra o empresa ou o seu representante mais próximo: o chefe.

Começa aqui, muitas vezes, um longo processo de sofrimento, marcado por sintomas digestivos, distúrbios de sono, cefaleias  dores musculares e uma série de outros sintomas. Visitas múltiplas a diversos especialistas se sucedem e, a cada consulta, novos exames, todos normais.

Pessoas assim, acabam por receber o rótulo de portadores de L.E.R., por vezes após um exame complementar positivo ( por exemplo, um ultra-som com diagnóstico de tendinite ), apesar dos sucessivos exames clínicos considerados sem anormalidades. À partir de então, muitas delas se vêem enredadas em uma teia de desencontros médicos, sociais e econômicos que só fazem aumentar o seu sofrimento e causar prejuízos para todos os envolvidos.

Eventos de vida diária

Existem coisas que acontecem na vida das pessoas que as deixam vulneráveis a uma série de distúrbios que podem provocar doenças e sintomas como a úlcera do estômago, a gastrite, a dor de cabeça e as dores nos músculos e nas articulações. As tensões do trabalho tendem a exacerbar os sintomas, seja porque a tensão coloca uma sobrecarga adicional sobre os músculos, seja porque esse tipo de situação requer que a pessoa tenha uma grande capacidade de adaptação às situações adversas.

Muitos desses acontecimentos são "negativos", como a morte de um parente próximo, um parente ou conhecido que adoece, a perda ou a ameaça de perda do emprego, uma dificuldade financeira súbita, uma separação. Outras podem ser consideradas "positivas" como a proximidade do casamento, um filho que vai nascer, uma promoção que aumenta as responsabilidades para um nível acima daquele para o qual a pessoa está preparada.

Todos esses " eventos da vida diária" podem acontecer com qualquer um de nós e provocar os sintomas acima mencionados. No entanto, algumas pessoas parecem ter uma maior susceptibilidade para desenvolver sintomas dolorosos, aumentando o risco de serem considerados como portadores de L.E.R., fato que se materializa, principalmente quando a pessoa exerça uma das atividades consideradas como risco.

Se você acha que um destes modelos cabe como uma luva em você, não se desespere; para tudo existe um jeito e o simples fato de poder identificar o "padrão de comportamento" e saber que você não está sozinha(o) no mundo, com o seu sofrimento, já é meio caminho andado para a cura. Se estiver com dor, consulte um especialista que conheça as associações que existem entre as dores musculoesqueléticas e as suas condições de trabalho e possa orientar seu tratamento de maneira adequada.

Estresse


Num estudo organizado pela Dra. Marilda Lipp, especialista brasileira na área de estresse, a Dra. Sylmara Verri Maciel pesquisou a influência do estresse no aparecimento de lesões por esforços repetitivos, em atletas do gênero feminino, e verificou que "quanto maior o nível de estresse em um atleta, maior é a sua probabilidade de sofrer lesões musculoesqueléticas" ("Atleta Juvenil feminina: correlação entre características psicológicas, estresse e lesões osteomusculares". In Pesquisas sobre estresse no Brasil/ Marilda E. Novaes Lipp (Org.) Papirus, Campinas-SP, 1996).

Alguns dos sinais e sintomas de estresse, que podem ser separados em dois grandes grupos, sintomas físicos e sintomas psíquicos, segundo a Dra. Lipp:



Sintomas FísicosSintomas Psíquicos
Tensão muscularSensibilidade emotiva exagerada
Mãos ou pés friosPerda do senso de humor
Boca secaAngústia
AnsiedadePensar somente em uma coisa
InsôniaVontade de fugir de tudo
Aumento da pressão arterialRaiva ou depressão prolongada
Suor exageradoIrritabilidade sem causa
Mudança do apetiteDúvidas quanto a si mesmo
Ranger dos dentes (dormindo)Pesadelos
"Nó no estômago"Sensação de incompetência
Diarréias passageiras
Perdas de memória
Formigamento nas mãos e nos pés
Cansaço constante
Tonturas

Fatores ambientais físicos:

Situações nas quais a tarefa obriga a execução de um mesmo padrão de movimento, realizado prolongadamente, sem a existência de sistema de recuperação funcional.

Excessivo número de horas-extras

Sobrecarga de trabalho pela desproporção entre a quantidade de produção e o número de funcionários necessário para realiza-la.

Mobiliário inadequado
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: 

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais.

Para trabalho que necessite também da utilização dos pés: 

Os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado.
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.

Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.

Equipamentos dos postos de trabalho
Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação freqüente do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.

Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: 

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.


Condições acústicas desfavoráveis

Ruídos muito intensos ou constantes tendem a produzir aumento da sensação de cansaço e de desgaste. a mensuração do nível de ruído é feita com um equipamento especial, somente acessível para os profissionais de segurança e saúde ocupacional. No entanto, você pode adotar algumas medidas práticas de avaliação.

São fontes comuns de ruídos incomodativos e estressantes, em escritório, que podem ser eliminados:

  • O tráfego
  • O aparelho de ar condicionado
  • Campainhas dos telefones
  • Ventoinhas do computador, com defeito
  • Impressoras matriciais
  • Luzes fluorescentes com defeito
  • Conversas paralelas em telefones
  • Condições térmicas extremas
O ar condicionado é importante para setores onde a temperatura ambiente seja quente e causa desconforto, sensação que pode ser piorada pelo calor irradiado dos computadores. 
No entanto, temperaturas muito baixas, produzidas por equipamentos de ar condicionado com defeitos ou mal ajustados, favorecem o aparecimento de dores articulares. regule o ar condicionado para temperatura agradável.

Condições de iluminação inadequadas

Existem dois grandes problemas relacionados com a luz, para quem trabalha com equipamentos computadorizados: o primeiro deles é a iluminação inadequada, que dificulta a leitura de documentos e o segundo são os reflexos, que surgem nas telas e dificultam a leitura dos caracteres no monitor.

Dentre as causas de iluminação inadequada estão a iluminação excessiva, produzida por luz natural, em uma sala com grandes janelas e sol. Os caracteres em um monitores de vídeo são mais visíveis em uma sala com iluminação artificial do que em um local com intensa iluminação natural.

Uma outra desvantagem da luz natural é a criação de focos de
reflexão da luz da janela, no monitor. Os reflexos "forçam" as vistas e obrigam o funcionário a desviar a cabeça para poder enxergar, ocasionando sobrecarga do pescoço.


Dicas

Trabalhe com as janelas ou as persianas fechadas
Mantenha o computador de lado para a janela
Ajuste o brilho e o contrate do monitor.
Fatores ambientais emocionais:

A organização do trabalho

Dentre os fatores que mais contribuem para o aparecimento de sobrecarga e dor, relacionados com a organização do trabalho estão a instituição do trabalho fragmentado, realizado em esteira ou linhas de montagens ou em postos informatizados onde as pessoas realizam gestos padronizados, cujo ritmo é determinado pela própria máquina ou por prazos estabelecidos, nem sempre de forma realista.

O ambiente

O ambiente entre os colegas de trabalho também é um fator importante. Pessoas que trabalham em grupos cujos componentes se suportam e auxiliam mutuamente, tendem a adoecer menos. Competição acirrada e medo de demissão, quando potencializados pela ação de um chefe de setor não treinado na arte de conduzir pessoas e de influenciá-las, de maneira positiva, tendem a ser fontes potenciais de "epidemias" de L.E.R.
O termo LER é a abreviatura de Lesões por Esforços Repetitivos e consiste em uma entidade, diagnosticada como doença, na qual movimentos repetitivos, em alta freqüência e em posição ergonômica incorreta, podem causar lesões de estruturas do Sistema tendíneo, muscular e ligamentar. É ela descrita em diversos outros países com outras denominações , CTD ( Cumulative Trauma Disorders) – Repetitive Strain Injury (RSI) etc.: 

Em 1998 o INSS introduziu o termo DORT – Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho equiparando-a á LER.

“Segundo a norma técnica do INSS sobre DORT (Ordem de Serviço no. 606/1998), conceitua-se as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não e alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos. O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos sub-agudos e crônicos, e o nexo com o trabalho tem sido objeto de questionamento, apesar das evidencias epidemiológicas e ergonômicas.”

A partir do instante que existe a definição da caracterização da doença como em decorrência do trabalho, a equiparação entre LER e DORT depende do fato de se comprovar que o trabalho foi à causa da doença e não outro fator.

Se não vejamos:

Caso 1 – Imaginemos uma criança de 12 anos, aficionada por vídeo game e que possui um joy stick onde é utilizado com grande freqüência a alavanca do polegar. Esta criança em seu período de férias chega a ficar 4 a 5 horas jogando o seu vídeo game e e um período de 1 semana desenvolve um quadro de TENDINITE DE ABDUTOR DO POLEGAR. Sem dúvida estamos diante de uma quadro inflamatório de um tendão, um típico caso de LER que, no entanto, não é uma DORT uma vez que tratasse de uma criança e que não trabalha.

Imaginemos o mesmo caso em que o pai da criança, operador de painel, ao sair do trabalho, á noite, para uma maior aproximação com seu filho, também vai jogar o mesmo vídeo game. Por possuir uma faixa etária maior, e não estar acostumado com os controles assume uma posição viciosa e desenvolve em curto espaço de tempo a mesma doença do filho. Em virtude do fenômeno doloroso se afasta do trabalho pois, adquire uma dificuldade de operar o painel e neste afastamento é emitido um atestado com CID específico. Ainda neste caso estaríamos diante de uma LER, porém por ter sido adquirida fora do ambiente de trabalho não seria uma DORT.

A DORT só é caracterizada quando o fator gerador da doença LER tenha sido o trabalho e para tanto é imprescindível uma vistoria no posto de trabalho para comprovar a existência da tríade – lesão- nexo e incapacidade.

Caso 2 – Imaginemos um engenheiro que possui como hobby jogar tênis no final de semana e que sua função no trabalho seja de gerenciamento.

Imaginemos ainda que por ter se iniciado no esporte tardiamente, não adquire movimentos ergonômicos corretos durante a partida de tênis. Ao disputar um torneio de final de semana no clube passa por uma seletiva, uma semi final e uma final onde executa inúmeros “back hand” errados. Como conseqüência desta extravagância desenvolve um quadro de epicondilite de difícil tratamento e é afastado do trabalho. Estamos novamente diante de um quadro de LER mas que não é uma DORT.

Caso 3 – Imaginemos uma servente da diretoria de uma empresa que possui como tarefa básica fazer e servir café á diretoria bem como água, refrigerantes etc.: Imaginemos ainda a possibilidade desta servente em virtude do seu salário não ter a chance de possuir alguém que lhe auxilie no serviço da sua casa e na roupa dos seus três filhos. Assim sendo, ao sair do seu serviço normal inicia sua segunda jornada que consiste em lavar, passar, cozinhar e arrumar a casa.

Pelo fato de exercer a dupla jornada, ter seu varal de casa em uma altura não correta desenvolve um quadro inflamatório em ambos os ombros que lhe acusam incapacidade e a obrigam a afastar do trabalho. Mais uma vez estaremos diante de um caso de LER, porém, como o trabalho executado por ela no trabalho registrado do ponto de vista ergonômico não desenvolveria tal afecção não é ela uma DORT.

Para o mesmo caso, se houvesse no trabalho registrado e formal, o mesmo tipo de atividade que obrigasse a empregada a elevar o braço em posição anti-ergonômica com a possibilidade de desenvolvimento da lesão poder-se-ia tentar traçar uma correlação de causa e efeito e neste caso LER poderia ser também uma DORT.

Assim sendo, podemos concluir que uma mesma alteração músculo tendínea desencadeada por micro traumatismo de repetição ou posição viciosa poderá ou não ser uma LER equiparada a uma DORT.

O diagnóstico de DORT só deverá ser firmado quando houver comprovação que o trabalho executado e regido pela CLT, for o causador da lesão.

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